Mais um texto resgatado, de outubro de 2011, escrito quando era repórter do Jornal Co:::unicação da UFPR. O tema foi as Space Operas feitas no Brasil e em Curitiba, aproveitando a presença de dois escritores do gênero na V Jedicon, realizada no Shopping Omar naquele ano: Hugo Vera e Larissa Caruso. Sobre o tema, também entrevistei o curitibano Marden Machado, crítico de cinema mais conhecido da capital.
Space opera é um sub-gênero da ficção científica que enfatiza a aventura romântica, cenários exóticos e personagens épicos. Uma space opera geralmente se situa no espaço exterior ou num planeta distante, que geralmente possui atmosfera similar à da Terra e formas de vida exóticas. Os alienígenas geralmente falam inglês, algumas vezes com sotaque. As máquinas em space operas frequentemente incluem, além das espaçonaves, armas de raios, robôs e carros voadores.
Agora vamos ao texto!
Space Opera: Além da Fronteira Final
Saiba mais sobre o subgênero da Ficção Científica que atrai cada vez mais fãs pelo mundo
Cenários exóticos, personagens épicos, batalhas e aventuras de tirar o fôlego. Ambientadas no espaço sideral, as chamadas Space Operas misturam elementos de alta tecnologia futurística com tramas clássicas, que lembram o faroeste. Se essa descrição fez você pensar em Cowboys & Aliens, saiba que o subgênero da Ficção Científica guarda muitas outras histórias, parecidas ou não com esse recente blockbuster cinematográfico.
Surgido na Era de Ouro da literatura de Ficção Científica, na década de 1940, o termo Space Opera trazia originalmente uma conotação pejorativa, em referência aos clichês novelescos das “soap operas” norte-americanas. Com o passar dos anos, porém, as Space Operas passaram a definir aquelas histórias de “superciência” que unem aventura, drama e ação, se tornando um subgênero da aclamada Ficção Científica.
A maior prova da ascensão, por assim dizer, da Space Opera foram os anos 1960 e 1970. Autores como Arthur C. Clarke (de 2001: Uma Odisséia no Espaço, que originou o filme de Stanley Kubrick), e megaproduções como as franquias Star Wars (criada por George Lucas em 1977) e Star Trek (série televisiva e cinematográfica) estão ai até hoje como evidências cada vez mais atuais desse sucesso.
“Um Capitão Barbosa no comando de uma espaçonave”
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| Livros Space Opera reúnem coletânea nacional de histórias do subgênero da Sci-Fi |
O escritor Braulio Tavares, no começo dos anos 1990, declarou que brasileiros jamais conseguiriam escrever Space Operas de qualidade, já que “um Capitão Barbosa no comando de uma espaçonave não tem credibilidade”. Controversa na época, a declaração ainda encontra ecos nos autores e críticos atuais, que só agora começam a rever seus conceitos sobre o subgênero.
Recém lançada, a coletânea Space Opera: Odisseias Fantásticas Além da Fronteira Final, dos paulistas Hugo Vera e Larissa Caruso, traz nove histórias de autores nacionais. “Nossa iniciativa com o livro é, justamente, mostrar ao público as produções nacionais, e provar que autores brasileiros são capazes de escrever Space Opera”, conta Vera.
A ideia também é ajudar na renovação do subgênero pioneiro dentro da Ficção Científica. “A maioria dos fãs de Space Opera conheceu o gênero a partir de Star Wars, Star Trek e outras grandes produções. Mas isso não impede que novos fãs cheguem. Apesar de antigo, ele se mantém cada vez mais forte e atual perante o público”, define Caruso.
Sobre novas temáticas abordadas, podemos encontrar nanotecnologia, física quântica e ecologia ao lado de temas clássicos como robótica, impérios despóticos e viagens no tempo. “A história de Star Wars, por exemplo, funcionaria muito bem tanto no faroeste, quanto no Japão feudal com samurais. Isso é o legal das Space Operas”, comenta o crítico de cinema Marden Machado.
E as contribuições brasileiras não param de crescer. “A produção nacional de Space Opera tem aumentado bastante desde 2007, assim como a literatura fantástica nacional. Há, inclusive, uma autora curitibana muito boa, a Celly Borges”, Caruso relembra.
Star Wars, Star Trek e outras Space Operas famosas
São várias as franquias de sucesso dentro do subgênero Space Opera, como Battlestar Galactica, Babylon 5, Firefly, Eu,Robô e Tropas Estelares. As mais famosas, porém, envolvem o universo da Força de Star Wars, e as aventuras da nave USS Enterprise de Star Trek. Com fã-clubes fortemente organizados, as franquias contam com vários eventos promovidos pelos grupos locais, como a Jedicon Paraná, promovida anualmente em Curitiba.
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