domingo, 4 de setembro de 2016

Cinema: Star Trek - Sem Fronteiras

Da chamada "trindade sci-fi", sou fã de carteirinha apenas de Star Wars. Nunca vi Doctor Who (ainda pretendo) e comecei a me interessar tardiamente por Star Trek - apenas com a chegada do "guru" J.J. Abrams na direção e produção executiva da saga que está completando 50 anos. Quando os filmes clássicos chegarem à Netflix, assistirei hehe

Digo isso para deixar claro que não sou trekker, nem conhecedor de Jornada nas Estrelas em sua plenitude. Nessa crítica, falarei apenas de Sem Fronteiras e dos longas da "Timeline Kelvin", obviamente com alguns spoilers. Vamos lá?


Além da Escuridão (2013) terminou com o início da jornada de cinco anos da USS Enterprise pelo espaço desconhecido. Sem Fronteiras dá um salto de três anos, na fase intermediária da viagem, quando James T. Kirk (Chris Pine) e Spock (Zachary Quinto) estão passando por "crises existenciais": enquanto o capitão faz aniversário, vivendo mais que seu finado pai e se perguntando qual seu papel no mundo, o cientista de Vulcano recebe a notícia que o Embaixador Spock (Leonard Nimoy) morreu, levando-o a questionar seu papel na perpetuação da cultura de seu planeta destruído.

Dessa forma, Kirk pensa em deixar a Enterprise e se tornar vice-almirante no planeta/base Yorktown. Já Spock termina abruptamente sua relação com a tenente Uhura (Zoë Saldaña), seguindo seu típico raciocínio lógico: para dar sequência ao trabalho do embaixador (para quem não lembra, sua versão que veio do futuro) na colônia Novo Vulcano e continuar sua espécie, necessita de uma vulcaniana. Assim, pensam em deixar as obrigações da USS Enterprise nas mãos um do outro...

Mas tudo fica suspenso quando a equipe é chamada para uma arriscada missão em uma nebulosa desconhecida, que se desenrola num conflito de proporções que vão além da diplomacia, retomando o clima de guerra espacial que a Federação não vivia há mais de um século.
O roteiro de Doug Jung e Simon Pegg (que dá vida ao engenheiro Scotty), então, entra numa espiral de sequências de ação quase ininterruptas até o fim. Muito bem trabalhadas, diga-se, com a direção de Justin Lin (conhecido por Velozes e Furiosos 5 e 6), substituindo Abrams, agora na produção executiva, já que assumiu a batuta da nova trilogia Star Wars.

Vale destacar que as referências à saga clássica e os elementos de roteiro são todos bem amarrados: se uma moto aparece, ela vai ser usada. Se uma música toca, ela terá um efeito importante logo depois, e assim por diante.
O elenco traz ainda a chegada do vilão Krall (Idris Elba), em mais uma reviravolta sobre sua história de origem, e da guerreira Jaylah (Sofia Boutella), em um belo acréscimo de personagem feminina forte numa trama predominantemente masculina, cujo time se completa com os veteranos membros da Enterprise, McCoy/Bones (Karl Urban), Sulu (John Cho) e Chekov (Anton Yelchin, em seu último papel).

Star Trek - Sem Fronteiras é mais eficiente no clima episódico e nostálgico que os antecessores, também competentes - as falhas no roteiro de Além da Escuridão acabam sendo compensadas pelo icônico vilão Khan, na pele do sempre competente Benedict Cumberbatch. O antagonista de Elba, por mais bem escrito e interpretado que seja, empalidece diante de Khan.
O bom da nova trilogia é que todos os longas valem a pena, para trekkers e demais espectadores. O que é bastante louvável em tempos de remakes e sequências nem sempre eficazes. E o melhor: saímos do cinema querendo embarcar em mais uma aventura espacial!

O espaço, a fronteira final... Estas são as viagens da nave estelar Enterprise, em sua missão de cinco anos para a exploração de novos mundos, para pesquisar novas vidas, novas civilizações, audaciosamente indo onde nenhum homem jamais esteve...


Star Trek - Sem Fronteiras (Beyond, 2016)
Direção: Justin Lin
Roteiro: Simon Pegg e Doug Jung
Elenco: Chris Pine, Zachary Quinto, Karl Urban, Simon Pegg, Zoë Saldaña, John Cho, Anton Yelchin (in memoriam), Sofia Boutella e Idris Elba. Em homenagem a Leonard Nimoy
Nota: 4/5

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