quinta-feira, 10 de março de 2016

Especial Séries: House of Cards (4ª temporada)

Netflix, não acabe conosco! O que foi esta quarta temporada de House of Cards? Não sou muito adepto de maratonas de séries, primeiro porque enjoo depois do segundo episódio visto em sequência - independente da série - segundo, porque não tenho tanto tempo livre para empenhar em séries de 10 ou 20 episódios de uma só vez. Mas deixei tudo isso de lado ao voltar a acompanhar a saga de Frank e Claire Underwood e devorei os 13 episódios em menos de uma semana. Sei de amigos que o fizeram num final de semana e já estão em crise de abstinência, contando os dias até 2017!


ALERTA DE SPOILERS

Depois de uma terceira temporada bem fraca, considerada por muitos a pior da premiada série da Netflix, o quarto ano veio com tudo e apostou em duas premissas que não poderiam falhar: focar na relação entre o casal presidencial e deixar de lado as tramas paralelas sem graça (Doug Stamper, Remy Danton e cia). Tudo bem que, mesmo assim, tivemos Doug com uma historinha com a esposa do paciente morto após não receber a doação de fígado. Mas ocupou bem menos espaço em cena do que as subtramas anteriores do chefe de gabinete.
Falando em doação de fígado, o que foi a reviravolta do atentado contra Frank no quarto episódio? Ninguém esperava que Lucas Goodwin tomaria uma atitude tão drástica, que o levou à morte junto do dedicado Meechum - o segurança da famosa cena do ménage à trois na segunda temporada.

Eis que o protagonista da série fica em coma por quase três episódios, aparecendo em cena somente em seus delírios - muito bem dirigidos, com as participações dos mortos por Frank, Zoe Barnes e Peter Russo - e quem assume o comando? Claire, sua linda! Que mané Donald Blythe, o vice-presidente fez tudo o que a primeira dama queria, resolvendo de quebra mais uma crise geopolítica envolvendo a Rússia e a China.
Outro ponto bacana da quarta temporada foi voltarmos a revisitar todas, sim, TODAS as tramas e personagens que já passaram pela série. Até o banana do ex-presidente Walker deu as caras, testemunha fundamental na investigação que Tom Hammerschmidt conduziu em seu retorno ao Washington Herald. Aliás, que reportagem digna de Spotlight foi essa, hein? "Lavou a égua" do jornalismo investigativo, combalido pelas artimanhas de Underwood.

Foi só Frank e Claire "descuidarem", já que tinham um país e uma campanha para cuidar, Doug e Seth perderem o foco em suas disputas internas que o jornalista veterano desvendou o caminho torto e sujo que levou Underwood até o Salão Oval. Isso que ninguém desconfia dos assassinatos...
Nesse quarto ano, conhecemos ainda Elizabeth Hale, mãe de Claire, com câncer em fase terminal. Que atuação de Ellen Burstyn! Aliás, que ano glorioso para Kevin Spacey e Robin Wright, repleto de chances para a dupla brilhar em cena - e fora dela, no caso de Robin, diretora de alguns episódios.

Menções ainda ao opositor Will Conway, governador de NY na disputa presidencial, que parece - mas não é - ser o candidato do american dream, seu vice, o general interpretado por Colm Feore, e para a incorruptível Heather Dunbar, obliterada pelos Underwood nas prévias do partido.

Em tempo, rolaram piadas de que as notícias do cenário político brasileiro foram um "páreo duro" no dia da estreia de House of Cards. Mas isso não supera o fato de os Estados Unidos terem um pré-candidato à Casa Branca como Donald Trump. A realidade consegue ser mais inacreditável - e bizarra - que a ficção em muitos casos, lá e aqui...

PS: Torcendo para que o recurso que se tornou marca da série, a quebra da quarta parede feita por Frank, se estenda para Claire no ano que vem. Pelo menos ela já olhou para nós na cena final!
House of Cards - Série Original Netflix
Quarta Temporada - 13 episódios
Criada por Beau Willimon
Com Kevin Spacey, Robin Wright e grande elenco
Nota: 5/5

Nenhum comentário:

Postar um comentário