Tudo que é bom acaba. Infelizmente. Mas se tudo der certo, ainda vou passar mais uns dias em Paris, antes de voltar pro Brasil! Enquanto isso, vamos terminar os roteiros para mais dois dias na capital francesa: Louvre e arredores, com subida no Arco do Triunfo de manhã e na Torre Eiffel à noite, e Cemitério Père Lachaise + Montmartre. Partiu!
DIA 3
Arco do Triunfo (mirante)
Já falei sobre o Arco no post anterior. Voltei lá na manhã seguinte, logo que abriu, para subir até o mirante, que não havia dado tempo. Dessa vez, consegui me encontrar com as gurias! A Natasha e a Bebete, minhas colegas de Jornalismo na Stendhal, são da UFRGS e passaram todo o Toussaint em Paris.
A vista do Arco é incrível, tanto da Champs-Elysée (bem mais bonita vista de cima) e da Torre, quanto da Sacre Coeur no alto do Montmartre, e de toda a área moderna de Paris, pros lados de La Défense, que não fomos conhecer.
Vale muito a pena subir o Arco pela manhã, de preferência às 10h, com pouca fila. Aluno europeu com menos de 26 anos não paga, como já comentei aqui.
Place de la Concorde e Jardin de Tuileries
Saindo do Arco, me separei das gaúchas para ir até o Louvre. Naquele dia elas iriam para o Vale do Loire, visitar o "Castelo de Seráfia", onde foi gravada a novela Cordel Encantado. Uma visita que, segundo elas, é bem bacana. Se voltar pra Paris com tempo, talvez eu vá. Depois eu conto como foi, fiquem tranquilos! ;)
Pois bem, para ir do Arco do Triunfo até o Louvre, o caminho mais perto - e mais legal - é atravessar a Champs-Elysée até o final, na Place de la Concorde. Foi o que fiz. Deslumbrado com os palácios, fontes e jardinetes ao redor da praça, sem falar do Obelisco egípcio em seu centro, não me lembrei na hora do local histórico (macabro) em que estava.
Para quem não se recorda, uma pílula de história: a Place de la Concorde era o local das execuções públicas durante a Revolução Francesa. A guilhotina ficava lá. Louis XVI e Maria Antonieta perderam suas cabeças lá. Assim como Danton, Robespierre e tantos outros... Por isso do nome "Concórdia" quando do fim do Terror, numa tentativa de apagar a memória pesada do local. Posso dizer que funcionou, um leigo passa por ali sem reparar nada!
Logo em frente a praça, no sentido do Louvre, fica o simpático Jardin de Tuileries. Rodeado de estátuas greco-romanas, muitas árvores e duas grandes fontes, é possível desfrutar as belezas do local em meia hora de caminhada. Isso parando para fotografar, sentando, bebendo água e pensando na vida...hahaha
Louvre
Um dos maiores museus do mundo. Com certeza, o mais famoso da Europa. E local do grande segredo da humanidade que, se revelado, abalaria as fundações da sociedade judaico-cristã ocidental...Só que não, Código Da Vinci! Estou falando dele, o Musée du Louvre.
Cercado de atenções e turistas por todos os lados, cada um te fala uma coisa sobre como visitar o museu, com três alas enormes e quatro andares em cada uma. Dizem que é preciso um mês para conhecer tudo com calma. Que tem tanto turista que não dá pra andar lá dentro. "A Monalisa é pequena, nem dá pra ver direito". Bobeira!
Antes de ir, recebi duas dicas valiosas: entrar pelo Carrossel, logo na saída da estação do metrô, e escolher pelo mapa o que ver no museu. Desse jeito, você evita a fila ENORME da entrada principal, pela Pirâmide, e pode percorrer a maioria do Louvre em menos de quatro horas. Deu certo, gente! =D
A entrada do Carrossel é pouco usada, até porque é bem camuflada. É a entrada do shopping que fica no subsolo do Louvre, e vai dar na famosa Pirâmide Invertida. Lá você pode escolher uma ala, e começar a visita...
Dica valiosa: estudante europeu com menos de 26 anos, você não paga. E nem precisa de ticket para entrar! É só mostrar sua carteira de estudante na entrada das alas, e voilá, está dentro do Louvre! Eu não sabia disso, e fiquei 20 minutos na fila da bilheteria a toa...Não faça isso!
Na fila inútil da bilheteria, acabei conhecendo um gaúcho bem gente boa, o Diego, que também estava sozinho e, coincidência, estava hospedado no mesmo hostel que eu! Acabamos passeando juntos pelo Louvre, começando pela Ala Richelieu, onde fica o acervo egípcio, mesopotâmico e grego, além dos apartamentos do imperador Napoleão III.
Em pouco mais de uma hora, vimos tudo que queríamos, com destaque para o Código de Hamurábi (olho por olho, dente por dente) e para o luxo das dependências de Napoleão III, sobrinho do Bonaparte.
De lá, fomos direto para a Ala Denon, a mais pop, onde está a Monalisa, a Grande Galeria, a Vênus de Milo e a Vitória da Samotrácia. É cansativo, vai pelo menos duas horas até ver tudo. Andando bastante e parando pouco.
A Grande Galeria é sensacional, recheada de pintores espanhóis e italianos, com destaque para Leonardo Da Vinci com sua obra-prima, La Gioconda. Outros quadros famosos, como A Virgem das Rochas, A Coroação de Napoleão, A Liberdade Guiando o Povo, e a obra de Caravaggio também estão lá.
Por fim, passamos rapidamente pela Ala Sully, onde ficam exposições temporárias, as fossas arqueológicas do Louvre, a um acervo mais oriental. Tem até uma esfinge lá!
Fim das contas: vimos tudo que queríamos no Louvre em menos de quatro horas! Deve ser um recorde, galera! hahaha
Opéra e La Madeleine
Saímos mortos de fome e, depois de um pit-stop no McDonald's mais próximo (perto do Louvre têm dois, mas vá no do lado de fora, que tem a promoção "pequenos preços"), fomos para a Place Vendôme, a algumas quadras de caminhada sem pressa.
Torre Eiffel (topo)
Valeu a pena. Muito. O frio era de lascar, ainda mais pro esperto aqui que deixou o casaco mais grosso no hostel, e foi só de blusa de lã. Me lasquei legal! hahaha :P
Voltamos para o hostel para descansar um pouco, e subir a Torre Eiffel à noite. Acabamos chegando lá umas 22h e, até subir, fazer a visita e descer - sob um vento tão frio, pela altitude, como nunca tinha pegado na vida - deu quase uma hora.
A fila era bem menor do que durante o dia, mas mesmo assim espere uns 25 minutos, no mínimo. Eu e o Diego optamos por fazer tudo de elevador. É mais caro, mas subir de escada naquela hora da noite, depois de um dia de caminhada - e sendo o ÚNICO lugar de Paris que cobra taxa de estudantes com menos de 26 anos - abrimos a mão! Ficou em 12,50 euros...
A vista noturna de Paris é de perder o fôlego. Nunca vi uma cidade tão bonita, sério. Talvez Londres rivalize um pouco, meu sonho de consumo, mas cada capital tem seu charme. É inegável. Lá em cima tem um restaurante, lojinhas caríssimas de souvenirs, o escritório de Gustave Eiffel, e os marcos da história da construção da Torre.
No caminho pra Torre, uma parada para ver o Arco à noite!
DIA 4
Cemitério Père Lachaise
"Turistar" em cemitério sempre divide opiniões. Até porque, via de regra, um cemitério não é ponto turístico. Em Paris, isso é um pouco relativo. A razão se chama Père Lachaise, a maior concentração de túmulos famosos da capital francesa - atrás apenas dos gênios que descansam sob o Pantheon.
Os "campeões de visita" são quatro túmulos: Edith Piaf, diva da música francesa; Jim Morrison, vocalista do The Doors; Oscar Wilde, badalado escritor britânico; e Allan Kardec, fundador da doutrina espírita ocidental.
Allan Kardec
Edith Piaf. Rien, de rien...
Lá também estão Molière, La Fontaine, Balzac, Chopin e tantos outros. O mapa do cemitério indica as lápides e criptas, mas é impossível não se perder na imensidão do Père Lachaise. Nunca vi cemitério tão bonito, e menos "macabro", que esse. Visita obrigatória pra quem reserva um dia fora do centro de Paris, pros lados de Montmartre...
Montmartre
Talvez o mais glamuroso e aconchegante bairro de Paris, fora do centro, Montmartre preserva até as vinhas dos tempos de outrora. Ao mesmo tempo boêmia e religiosa, a região mescla de forma ímpar os vários destinos que o turista parisiense procura.
Além dos cartões postais que falarei a seguir, vale a pena caminhar pelas feirinhas e ruelas de Montmartre, e gastar um tempo procurando postais, quadros e miniaturas. São os menores preços da cidade, garanto! Para se ter uma ideia, comprei dez postais por 2 euros, cinco chaveiros da Torre Eiffel por 1 euro, e cinco fotos grandes, que imitam pinturas, por 8 euros. Do tipo que rola enquadrar e dar de presente, sensacional!
Moulin Rouge (Pigalle)
O lado boêmio de Montmartre se resume numa palavra: Moulin Rouge. O famoso cabaré eternizado pelo filme de 2001, com Nicole Kidman, tecnicamente se localiza na região de Pigalle. Os jantares com shows de cancan são bem salgados, no mínimo 90 euros por pessoa. Isso faz com que o turista habitual se contente em tirar fotos do lado de fora, diante da fachada com o moinho vermelho.
Pigalle - tema da música homônima de Ulmer Georges - não tem nada demais durante o dia. Não fiquei até à noite, mas certamente o bairro se transforma quando o sol se põe. Un p'tit jet d'eau, un' station de métro, entourée de bistrots, Pigalle...
Café Deux Moulins (Amélie Poulain)
Um dos filmes recentes que mais agregou fãs ao cinema francês, com certeza, é O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001). Responsável por lançar mundialmente a talentosa Audrey Tautou, o longa sobre uma garçonete bastante peculiar já é ícone cult.
Aproveitando o fato, o Café Deux Moulins, bem perto do Moulin Rouge, oferece aos turistas e consumidores o ambiente principal do filme. Praticamente do jeito que foi filmado. Sério, a imersão cinematográfica é tão grande que só falta Amélie entrar pela porta!
Basilique du Sacre Coeur
Chegamos à atração principal de Montmartre: a belíssima Sacre Coeur. Com uma escadaria considerável - tipo a Penha no Rio de Janeiro - a basílica fica bem no alto, com uma vista fenomenal de Paris. Por dentro, o deslumbramento é maior ainda. Que arquitetura!
Igrejas e catedrais tem uma atmosfera. Mesmo a Notre Dame. Agora basílicas e santuários são especiais. Não sei explicar, mas o clima de fé e devoção é contagiante, muito forte. Independente da religião do turista, não tem como passar pela Sacre Coeur sem uma conexão interna com o local. Fica o convite à reflexão...
Louvre (à noite)
Terminei o quarto dia em Paris voltando ao Louvre para mais fotos no pátio da Pirâmide. O museu é mais uma das atrações que merece ser visitado de dia e à noite. Para fechar o roteiro na Cidade Luz, uma caminhada pela margem do Sena também deve ser feita!
C'est tout! Nesses quatro dias de roteiro, digamos que 80% do principal de Paris foi visitado. Faltou conhecer o interior do Pantheon, do Musée D'Orsay, do Centre Pompidou, e subir no mirante com as gárgulas da Notre Dame. Tudo isso dá pra ser feito com um dia a mais, ou seja, cinco dias 100% em Paris.
No meu caso, o quinto dia foi gasto com Versailles, há uma hora de trem do centro da capital, na região metropolitana de Paris. Saiba mais no próximo post! ;)
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