Intercâmbio: passo a passo

Muita gente me pergunta como fiz para conseguir o intercâmbio, se estou indo pela universidade ou por conta própria, como é o processo para ser bolsista e etc. 

Confesso que, mais de um ano depois, não lembro com detalhes de todo o processo, principalmente da parte burocrática, que precisa ser feita várias vezes, mas vou tentar resumir as principais informações num rápido passo a passo para você, universitário interessado em estudar no exterior!

1: Escolha da Universidade de Destino

Antes de se inscrever num processo de mobilidade internacional (e aqui vou focar no meu caso pessoal, dentro da Universidade Federal do Paraná), você precisa escolher para onde quer ir. Básico, mas essencial. Sendo aluno federal, você costuma dispor de um bom leque de opções, já que várias instituições internacionais fazem parceria com as universidades brasileiras.

Pessoalmente, sendo aluno de Comunicação Social da UFPR, poderia optar pelas universidades americanas - que vão de países próximos como Argentina e Uruguai até o extremo norte, no Canadá e nos Estados Unidos - ou pelas europeias, com destaque para Portugal, Itália, Alemanha e França.

Porque escolhi ir para Grenoble? Por algumas razões: o campus da Université Stendhal, de ciências humanas e sociais, é um dos polos de estudo e pesquisa em Comunicação no mundo, de onde saíram autores renomados. Na UFPR, alguns professores nos indicam Grenoble como destino de intercâmbio logo no primeiro ano, inclusive sugerindo cursos de idioma e outras dicas.

Segundo motivo: quero me aprofundar nos estudos de Comunicação, principalmente para escolher uma linha de pesquisa para meu TCC (ainda em gestação, sem qualquer ideia definida). Além disso, sempre quis conhecer a França!

2: Inscrições e Condições de Seleção

Atualmente, em agosto de 2012, a ARI (Assessoria de Relações Internacionais) da UFPR está prestes a iniciar o processo de mobilidade acadêmica para o segundo semestre de 2013. Feito no começo do ano, o processo do primeiro semestre já foi concluído.

Nada melhor do que se informar sobre os prazos de inscrição, data de exames, documentos a fornecer e etc no próprio site da ARI. Mas posso adiantar que somente alunos do terceiro ano do curso, sem reprovação em nenhuma disciplina (a famosa DP), com boas notas e IRA (Índice de Rendimento Acadêmico) superior a 0,7 podem concorrer ao processo, e disputar uma vaga de bolsista pela UFPR.

Outra possibilidade é o Programa Ciências Sem Fronteiras, que também recebe inscrições pela ARI da UFPR. Mais informações no site.

3: Provas de Idiomas e Entrevista

Como tudo na vida acadêmica, é necessário fazer uma prova para ser intercambista. A boa notícia é que a avaliação é do idioma do país que você deseja ir, e que teoricamente você já deve estudar/praticar há um tempo. Basicamente, a prova realizada pela ARI é dividida em três etapas: escrita teórica, escrita de análise de texto e prova oral (uma rápida entrevista). Tudo, organizado e aplicado pelos professores do Celin (Centro de Idiomas e Interculturalidade) da UFPR.

No meu caso, a prova de francês foi aplicada a tarde para cerca de 40 alunos, no final do ano passado. A entrevista foi feita alguns dias depois, pela manhã (os horários são agendados com o próprio aluno). Confesso que fiquei com medo do resultado, mas fui aprovado. Aliás, os professores avaliadores não dão notas de 0 a 10, e sim classificam o candidato em APTO ou NÃO APTO para fazer o intercâmbio. Mas fique tranquilo, são poucas as reprovações!

Mais um comentário: cursei um ano de francês no próprio Celin, e recomendo para qualquer idioma. Além de ser mais barato que os demais cursos de línguas, o Celin tem uma equipe excelente de professores, e oferece cursos intensivos durante as férias de janeiro e julho. Foi assim que consegui fazer os quatro níveis básicos em um ano. C'est très bon, d'accord? hehe

Por fim, a seleção da ARI termina com uma entrevista de 5-10 minutos com dois professores, que vão te perguntar de tudo: quem é você, o que faz, o que quer fazer, porque quer fazer intercâmbio, se tem recursos para se manter, se precisa 100% da bolsa de estudos e etc. Quase uma entrevista de emprego, que nos deixa bem ansioso, mas passa rápido e costuma dar bons resultados. Devo boa parte da minha nota geral - e aprovação - a esta entrevista...

4: Burocracias gerais

Quem é aluno federal já está acostumado com as burocracias de estudar numa universidade pública. Lembra como foi na matrícula, quando era calouro? Qualquer deslize e já era a vaga tão suada? A burocracia da ARI para a bolsa de estudos é parecida. Se bobear, perder prazo ou esquecer algum documento, um abraço meu amigo, fica pra próxima. É cruel, mas habitual para quem depende/dispõe de um serviço público como este.

E tem outra: como são POUQUÍSSIMAS bolsas internacionais (que ajudam nas despesas com passagem aérea, seguro saúde e hospedagem/alimentação), se você for selecionado e não correr atrás, tem mais 40 pessoas na lista de espera do seu departamento. O que é justo.

Assim, fique atento desde já no calendário do processo de mobilidade, e se informe o máximo que puder. Como? Além da ARI, pergunte para seus veteranos que já viajaram, para o pessoal do Centro Acadêmico, além de amigos e familiares. Sempre tem um intercambista por ai para ajudar! haha

Tem dúvidas? Deixe um comentário que posso ajudar!