quarta-feira, 6 de julho de 2016

Game of Thrones: 7 pistas que não reparamos na Primeira Temporada

Acompanho Game of Thrones desde a primeira temporada, em 2011. Lembro que estava no segundo ano da faculdade, ouvia o burburinho em torno da série da HBO e resolvi assistir. Em poucos dias, estava "em dia" com os episódios, pronto para ver a execução de Ned Stark - o primeiro episódio 9 com momentos decisivos - e os momentos finais da temporada.

Mas já se passaram cinco anos e, desde então, nunca parei para rever o ano 1 da saga de Westeros. De férias, com os boxs das três primeiras temporadas de GoT em mãos (Lojas Americanas e suas promoções: te amo!), me propus a rever os principais momentos - e me surpreendi positivamente com a quantidade de informações e "pistas" do que estava por vir que os showrunners David Benioff e D. B. Weiss incluíram no ano inicial. Vamos a eles?

ALERTA DE SPOILERS

1 - A honra e a ruína dos Stark
Como é lúdico ver Ned, Cat e seus cinco filhos reunidos em Winterfell! Além do bastardo Jon Snow e do "agregado" Theon Greyjoy, é claro... Toda a honra nortista, os costumes ligados aos deuses antigos e a lealdade ao rei Robert Baratheon marcam o caráter do clã. Mas os Stark não sabem de nada (como dizia a selvagem Ygritte).

Depois de tantos acontecimentos, intrigas, reviravoltas e MUITAS mortes e traições até a sexta temporada, chega a ser pueril a confiança que Ned Stark deposita nas pessoas ao seu entorno, quando é nomeado Mão do Rei. 
Seu erro não foi só apostar em Mindinho - que obviamente o trairia, já que Cat era o amor de sua vida - de forma inocente, mas descobrir o grande segredo de Cersei (o incesto com Jaime) e CONTAR TUDO a ela, ao invés de procurar o rei Robert. Foi seu atestado de morte. Por mais FDP que fosse Joffrey, Ned morreria logo de uma forma ou de outra. A honra é a ruína dos Stark no jogo dos tronos - que o digam Robb e Cat no Casamento Vermelho...

2 - Shae e os Lannister
Tyrion conhece Shae no acampamento de guerra que os Lannister montaram para enfrentar Robb Stark e os nortistas. Uma misteriosa mulher de Essos que, prostituta ou não, seduz o Duende logo de cara.

Eis que, no diálogo entre Tyrion e seu pai Tywin sobre a nomeação do anão como Mão do Rei, o patriarca Lannister solta essa: "Mas não leve aquela prostituta com você". Qual o motivo de Tywin se importar com Shae? Óbvio, eles eram amantes desde então, coisa que o iludido Tyrion só descobre bem depois - na cena fatídica em que assassina o pai e a amante.

Ah, e como dica pouca é bobagem, nessa sequência ainda somos introduzidos à história de como Tyrion perdeu sua virgindade: aos 16 anos, com uma moça que aparentemente fora estuprada, salva por ele e que se entregou ao Duende como gratidão, mas não passava de uma prostituta contratada por Tywin. Sugestivo, não?

3 - Renly e Loras
Confesso que não lembrava nem de forma remota que Renly Baratheon, irmão caçula de Robert, e Loras Tyrell, o cavaleiro das rosas, apareciam já na primeira temporada. Muito menos que Renly participava do Conselho Real, contracenava com o rei Robert e já era amante de Loras naquele então. O lapso é desculpável, já que Stannis (ele sim) é apenas citado nesse ano.

O fato não é lá muito sugestivo, mas adianta tudo o que viria na breve participação de Renly na Guerra dos Cinco Reis da temporada seguinte.

4 - White Walkers, Mormont e Jon Snow
A primeira cena de Game of Thrones apresenta um rudimentar White Walker. Lide com isso! Mais uma prova de que a grande guerra de toda a saga será entre vivos e mortos, que está por vir na sétima e oitava temporadas...

Sobre Jeor Mormont, Lorde Comandante quando Jon Snow ingressa na Patrulha da Noite, não faz o menor sentido a proteção que ele concede ao bastardo de Ned Stark, tornando-o seu camareiro pessoal. A não ser que Mormont soubesse a real identidade de Snow, que foi revelada ao público pelas visões de Bran Stark apenas no sexto ano. Ned não entregaria um herdeiro ao trono Targaryen à Patrulha sem informar alguém (Lorde Comandante e meistre Aemon) sobre o fato. Muito provavelmente se trata disso...

5 - Cuidado com Walder Frey
Walder Frey dá as caras na primeira temporada (também não me recordava disso, pra mim tudo que se referia a Robb X Lannisters estava nos anos 2 e 3). Como se não bastasse ver tão cedo sua figura desprezível, seu diálogo com Cat Stark dá todas as pistas de que ele não é confiável, e que o acordo firmado - o casamento prometido entre uma filha Frey e o Jovem Lobo, em troca do livre acesso pelas Gêmeas - não iria para frente. Mais uma vez, a confiança dos Stark na honra alheia foi sua ruína.

6 - Mindinho e Varys
As cenas em Porto Real da primeira temporada são saborosas devido as artimanhas de Mindinho/Lorde Baelish e Varys, cada qual com suas intenções, em diálogos dúbios e cômicos ("fico imaginando se o pilar também foi removido com as rochas", zomba Baelish sobre a castração da Varys). 

Mas ninguém podia sonhar que Mindinho era o responsável pela morte de Jon Arryn, "amante" de Lysa e manipulador de tudo o que acontecia no Ninho da Águia. Mais uma vez, sua vida pregressa com os Tully foi um fator importante.

Em relação à Varys, sua ajuda a Ned Stark nas masmorras, os conselhos ouvidos de seus "passarinhos" e o interesse do Reino acima das casas governantes tornam o eunuco um dos mais simpáticos personagens da saga desde o início. Simpático, mas esperto no jogo dos tronos. Mal posso esperar para vê-lo de volta à capital como conselheiro de Daenerys hehe

7 - Os dilemas de Daenerys
Por que Daenerys levou seis temporadas para reunir um exército grande, navios e aliados para poder retomar seu trono em Westeros? Deixando de lado o fator "barriga" do roteiro, inevitável em séries épicas como essa, a pista fundamental para entender os dilemas de Daenerys está em sua relação com Khal Drogo, o filho natimorto e os Doothraki.

Quando o khalasar de Drogo invade uma vila, matando, pilhando e estuprando, uma bruxa/sacerdotisa é salva da morte por Dany. "Salva" em partes, já que como ela mesmo diz, tudo que tinha em sua vida havia se perdido. A consequente morte de Drogo e do bebê, numa tentativa de salvação por meio de um ritual macabro, deixam a lição de que não basta ter direito ao trono e ser uma conquistadora: o destino dos povos conquistados e a forma como a conquista é feita podem deixar legados severos. E desoladores.

Dany pode ser "lerda" em chegar à Guerra dos Tronos de Westeros, mas não perde a ternura jamais! hehe

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